As bailarinas de Van Cleef e Arpels



Fundada em 1896, a Van Cleef & Arpels é uma empresa francesa de joias, relógios e perfumes de luxo. Personalidades como a Duquesa de Windsor, Grace Kelly e Elizabeth Taylor usavam as criações da Van Cleef. 

A história por trás de seus belos broches Ballerinas começa na coletiva de imprensa em 1967 do balé Jewels na cidade de Nova York. As dançarinas Suzanne Farrell e o lendário coreógrafo George Balanchine, co-fundador do New York City Ballet, foram à Van Cleef & Arpels para encontrar os jornalistas para a coletiva. Claude Arpels, um dos fundadores da empresa e seu irmão Pierre Arpels eram amigos de Balanchine e entusiastas do balé, então ofereceram seu espaço para entrevistas.

Boatos, à época, relataram que Claude Arpels sugeriu a idéia de um balé baseado em joias ao Balanchine. Outras histórias dizem que as caminhadas diárias do coreógrafo na Quinta Avenida, observando as vitrines  da Van Cleef & Arpels geraram a ideia do balé.

O balé em três atos - Esmeraldas, Rubis e Diamantes - pode ter sido inspirado nos broches de bailarina da Van Cleef & Arpels. Era sabido que Balanchine era um grande fã das joias, tendo comprado para sua esposa Vera Zorina um broche de bailarina por volta de 1944.

A Van Cleef & Arpels começou oficialmente a fazer joias com referência ao balé em 1939, quando o designer Maurice Duvalet uniu forças com o joalheiro John Rubel, que se inspirou assistindo dançarinos de flamenco em um café no Lower East Side.

Criou-se então, 1941 um broche que retrata uma dançarina espanhola com um leque, conceito de Duvalet com referências culturais dos grandes nomes do mundo da dança.

Em 1942, outra joia, agora inspirada na dançarina francesa do século XVIII, Marie Anne de Cupid de Camargo, saiu do papel. Conhecida por "La Camargo", a dançarina ficou famosa por encurtar sua saia de balé na altura da panturrilha para que o público pudesse ver seus movimentos. O design da Van Cleef & Arpels é baseado na pintura de 1730 do artista Nicolas Lancret.

Na década de 1940, em Paris,  as joias que retratavam bailarinas eram discretas, feitas para serem usadas durante o dia, confeccionadas em ouro com saias turquesa, com rubi e diamantes. Já em Nova York, essas joias eram mais extravagantes, feitas de platina, com rubis, esmeraldas e diamantes. Uma curiosidade é que tanto os broches europeus quanto americanos tinham um diamante de lapidação "rose cut" no rosto das bailarinas, possivelmente trazidos da Espanha. Esse diamante, com facetas em toda a parte superior cria uma forma de coroa que confere ao rosto das bailarinas um formato único e charmoso.

As bailarinas Van Cleef & Arpels permaneceram na coleção de joias dos anos 40 até o final dos anos 60, quando foram aposentadas. 

Felizmente, nas últimas décadas, os dançarinos foram as estrelas da coleção mais uma vez.

Um dos mais impressionantes desses exemplos modernos é um notável conjunto de 12 broches que foi lançado em Paris em 2018. Os dançarinos foram inspirados no conto de fadas dos irmãos Grimm, que escreveram alguns dos contos de fadas mais famosos que conhecemos como A Bela Adormecida, A Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, João e Maria, O Pequeno Polegar, Rapunzel, entre outros. 

Tivemos a oportunidade de ver uma dessas criações da Van Cleef, num leilão da Christie's em 2001, que foi vendido à época por 21.150 francos suíços. Foi uma das joias mais bonitas da Van Cleef que eu já vi!

A relação entre a Van Cleef e a dança continua nos dias de hoje. Apoio e patrocínio a projetos ligados ao balé são comuns ao redor do mundo. Imagine se eles apoiassem no nosso Ballet Paraisópolis um dia? Seria incrível!




Comentários

Postagens mais visitadas